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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR A PARTIR DO 6º MÊS DE VIDA

Seu bebê já completou 6 meses de vida. Após muita luta, persistência e paciência para estabelecer o aleitamento materno exclusivo, agora chegou a hora de introduzir novos alimentos. Parabéns! Porém, esse é um momento em que todos lhe dão palpites confusos, e muitas vezes, contraditórios, sobre como proceder.
Quais alimentos você deverá oferecer ao seu bebê? Qual a quantidade e a hora certas? Como você deverá prepará-los? Uma fonte confiável e rica de informações, onde você poderá tirar DIVERSAS dúvidas sobre alimentação e nutrição infantil (e da família) é a página no Ministério da Saúde. Lá você encontrará diversas publicações sobre o assunto, todas disponíveis para download gratuito, em formato PDF.

No entanto, resumimos aqui algumas das informações que já encontramos pesquisando no site indicado. Para isso reporduziremos abaixo alguns trechos que julgamos importantes. Todos eles foram extraídos do livro “Saúde da criança: nutrição infantil: aleitamento materno e alimentação complementar”. Veja a seguir:

SOBRE O CONSUMO DE AÇÚCAR E SAL
A criança aprende a gostar de alimentos que lhe são oferecidos com freqüência e passam a gostar da maneira com que eles foram introduzidos inicialmente. É desejável que ela ingira alimentos com baixos teores de açúcar e sal, de modo que esse hábito se mantenha na sua fase adulta. As versões doces ou mais condimentadas dos alimentos fazem com que as crianças não se interessem por consumir frutas, verduras e legumes na sua forma natural. É comum mães e cuidadores oferecerem a elas alimentos de sua preferência e que são desaconselhados para crianças menores de dois anos. Foi constatado que o estabelecimento dos hábitos alimentares acontece durante os primeiros anos de vida, por volta de dois a três anos. [p. 85]

As crianças já nascem com preferência ao sabor doce; portanto, oferecer alimentos adicionados de açúcar ou alimentos com grandes quantidades de energia faz com que a criança se desinteresse pelos cereais, verduras e legumes, alimentos que têm outros sabores e são fontes de nutrientes importantes. [p.85]

COMO TEMPERAR A PAPINHA DO SEU FILHO?
Assim, como o gosto por alimentos salgados é um aprendizado que se adquire, é recomendável sugerir a quem os prepara que administre quantidade mínima de sal, observando a aceitação da criança. A quantidade inicialmente oferecida tende a ser memorizada e induz a criança a aceitar no mínimo as mesmas quantidades em suas próximas refeições. Além disso, o consumo precoce de sal está associado ao aparecimento de hipertensão arterial, inclusive na infância, e conseqüente aumento no risco cardiovascular, quando adulta. Há diversas opções de ervas e vegetais que podem ser utilizados para temperar as refeições, o que estimula a redução do uso do sal e evita a “necessidade” de adição de condimentos prontos, freqüentemente industrializados, e que apresentam em suas composições elevado teor salino e de gorduras, conservantes, corantes, adoçantes e outros aditivos que deveriam ser evitados.
Alguns exemplos de temperos naturais que podem ser utilizados: alho, cebola, tomate, pimentão, limão, laranja, salsa, cebolinha, hortelã, alecrim, orégano, manjericão, coentro, noz-moscada, canela, cominho, manjerona, gergelim, páprica, endro, louro, entre outros. [p. 86]

SUCOS NATURAIS X SUCOS ARTIFICIAIS
Os sucos artificiais não devem ser oferecidos ao lactente, pelo fato de não oferecerem nada além de açúcar, essências e corantes artificiais, que são extremamente prejudiciais à saúde e podem causar alergias. A oferta de bebidas e líquidos açucarados deve ser desencorajada, já que foi demonstrada também a associação entre o consumo desses alimentos e o excesso de peso (...) e com o surgimento precoce de cáries. As crianças devem receber suco de fruta natural após as principais refeições e, durante o dia, apenas água. [p. 85]

A INGESTÃO DIÁRIA DE FERRO
O ferro apresenta-se nos alimentos sob duas formas: heme e não heme. O ferro heme, presente na hemoglobina e mioglobina das carnes e vísceras, tem maior biodisponibilidade, não estando exposto a fatores inibidores. As carnes apresentam cerca de 2,8mg de ferro por 100g do alimento, sendo absorvidos em torno de 20% a 30% desse nutriente (...). O ferro não heme, contido no ovo, cereais, leguminosas (ex. feijão) e hortaliças (ex. beterraba), ao contrário do ferro animal, é absorvido de 2% a 10% pelo organismo. [p 87]

Três potentes facilitadores da absorção do ferro não heme são as carnes, o ácido ascórbico – vitamina C –e a vitamina A, contribuindo para diminuir a prevalência de anemia . Fitatos, taninos, cálcio e fosfatos, por outro lado, possuem efeito inibidor, diminuindo a sua absorção. [p.87]

A necessidade diária de ferro em crianças de seis a 12 meses é de 11mg/dia e, para crianças de um a três anos, é de 7mg/dia (...) Por isso os esforços devem ser centrados na recomendação de alimentos que são fonte de ferro, com consumo diário de carne, miúdos (no mínimo uma vez por semana) e suco de fruta natural, fonte de vitamina C, após o almoço e jantar, para aumentar a absorção do ferro não heme. Deve ser reforçada a recomendação da ingestão máxima de 500ml de leite por dia. [p. 87]

A VITAMINA D E OS BANHOS DE SOL
É pequena a contribuição do leite materno e dos alimentos complementares para o suprimento das necessidades de vitamina D, o qual primordialmente depende da exposição direta da pele à luz solar. Em bebês amamentados exclusivamente ao seio e não expostos à luz solar, os estoques de vitamina D existentes ao nascimento provavelmente seriam depletados em oito semanas. Porém, umas poucas horas de exposição à luz solar no verão – 30 minutos a 2 horas por semana (17 minutos por dia), com exposição apenas da face e mãos do bebê, e 30 minutos por semana (4 minutos por dia), se o bebê estiver usando apenas fraldas – produzem vitamina D suficiente para evitar deficiência por vários meses. Crianças com pigmentação escura da pele podem requerer três a seis vezes o tempo de exposição de bebês de pigmentação clara para produzir a mesma quantidade de vitamina D. [p. 90]

PORQUE EVITAR O LEITE DE VACA NO 1º ANO DE VIDA?
É conveniente evitar o leite de vaca não modificado no primeiro ano de vida em razão do pobre teor e baixa disponibilidade de ferro, o que pode predispor anemia, e pelo risco maior de desenvolvimento de alergia alimentar, distúrbios hidroeletrolíticos (relativos à absorção de líquidos e sais minerais pelo organismo) e predisposição futura para excesso de peso e suas complicações. [p.91]

PORQUE NÃO UTILIZAR MEL, EMBUTIDOS E CONSERVAS NO 1º ANO DE VIDA?
O consumo de mel deve ser evitado no primeiro ano de vida. Apesar de suas excelentes propriedades medicinais e de seu valor calórico, tem sido implicado em fonte alimentar que pode conter esporos de Clostridium botulinum. Esses esporos são extremamente resistentes ao calor, portanto não são destruídos pelos métodos usuais de processamento do mel. O consumo do mel contaminado pode levar ao botulismo, devido às condições apropriadas no intestino da criança para germinação e produção da toxina.
(…) Os alimentos em conserva, tais como palmito e picles, e os alimentos embutidos, tais como salsichas, salames, presuntos e patês, também constituem fontes potenciais de contaminação por esporos de C. botulinum
e devem ser evitados, já que oferecem maior risco de transmissão de botulismo de origem alimentar. [p. 86]

FONTE:
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: nutrição infantil: aleitamento materno e alimentação complementar / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2009.V


(Foto do meu filho Cauã, comendo toda a sua papinha aos 7 meses de idade.)

Um comentário:

  1. Adorei Taicy!!! To cheia de dúvidas em relação a isso e esse post me ajudou mto! bjão

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